domingo, 8 de maio de 2011

Comentando...

Desigualdade social é um fato que traz muitas questões/problematizações para nossa sociedade. A primeira delas, e uma das mais importantes é: Quem são os responsáveis por esse fato social? A resposta para essa pergunta, muitas vezes parece ser um mistério. Para muitos a grande culpa pela existência da desigualdade social é das autoridades políticas. Mas alguns políticos se mostram cientes desse problema, pelo qual a sociedade em geral passa, e tentam desenvolver projetos que possam diminuir esse problema. Acho que se podem culpar os políticos sim, mas como a equipe relata em seu comentário, a sociedade também tem sua parcela de culpa nessa situação. A sociedade esquece-se da solidariedade tão falada por Durkheim, e a cada dia que passa a consciência individual vem ganhando força e espaço em cima da consciência coletiva. No artigo primeiro da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, está escrito “Os homens nascem e são livres e iguais em direitos”. Mas aí nos vem à pergunta: Isso realmente acontece? Desde os primórdios da história a desigualdade social está presente, e se a sociedade não começar a pensar em coletividade, esse vai ser um problema que vai se entender pelos anos que ainda irão vim.

Uma das principais contribuições da Escola de Frankfurt para o sistema comunicativo é a elaboração do conceito de indústria cultural, na qual se analisa a produção cultural como mercadoria. Atualmente esse conceito é muito visto nos meios comunicacionais, no qual, na maioria de suas programações, desenvolvem programas através dos quais apenas tentam conquistar maior número de espectadores, sem se preocupar com a formação cultural destes (programas de entretenimento). O desenvolvimento da indústria cultural ocasionou mudanças significativas no ato de comunicar. As grandes mídias passaram a exercer o papel de formadoras de opinião. Isso não deveria está acontecendo, já que os meios comunicacionais foram criados para comunicar ou passar conhecimento para aqueles que os acompanham, e não apenas para jogar a informação ao cidadão, não os dando, assim, as ferramentas necessárias para uma melhor compreensão do mundo em que vivem. Tratar da massificação da cultura também é uma questão muito complexa. Para muitos, a verdadeira cultura é aquela que vem das classes dominantes, colocando no esquecimento a cultura popular, aquela que representa a realidade da população que é menos favorecida financeiramente. Podemos tentar retratar isso com um exemplo da nossa região, da nossa cultura. Esse exemplo é o trabalho desenvolvido pelo Mestre Noza. Muitos dos cidadãos caririenses conhecem pouco do trabalho desse artista, mesmo trabalho que fez bastante sucesso em Paris, e para Hamurábi Batista (presidente do Centro Cultural Mestre Noza), essa desvalorização ocorre devido ao que ele chama de cultura preguiçosa, que para ele seria aquela cultura divulgada pelas mídias e que a massa está acostumada.

A homofobia assim como a desigualdade social, está muito presente na nossa atual sociedade. É comum vermos pessoalmente ou em noticiários casos em que esse problema vem à tona. Como a equipe colocou bem, essa questão de um indivíduo gostar de outro do sexo oposto é uma regra moral, algo que é estabelecido por uma coletividade e que depois de estabelecida, todo caso que se opor a ela, vai causar protestos entre os mais rigorosos. Essa avaliação das regras morais está presente nas idéias do sociólogo francês Émile Durkheim. Este último caso que foi noticiado pela mídia envolvendo o atleta Michael da equipe do Vôlei Futuro, nos faz pensar sobre tal atitude de preconceito. A sociedade tem que está mais aberta para aquilo que vem surgindo com o tempo, e em vez de se preocupar com a vida intima dos outros, poderia gastar esse tempo com lutas ou campanhas para tentar acabar com as desigualdades sociais e com outros problemas que a assolam. Outra questão que pode ser discutido em cima desse caso é a participação dos meios comunicacionais na conscientização da sociedade quanto a se tratar do preconceito contra homossexuais. Apesar de muitas novelas já retratar essa realidade que vem se tornando tão comum, parece que a mídia só se limita a isso, a representar, esquecendo de fazer campanhas, já que atualmente a mídia tem como uma de suas principais funções, a formação de opinião no seu público.

Tenho pra mim, que o consumismo tem uma ligação profunda com o advento da indústria cultural. Quando a indústria cultural transforma cultura em mercadoria e joga isso através da mídia para a sociedade, acaba ocasionando em algumas pessoas esse desejo incontrolável para se consumir mais produtos que não apresenta sertã significância para a sua vida. Vivendo nessa lógica de consumo desenfreada, os indivíduos passam a trabalhar para conseguir realizar seu desejo de consumo, passando assim para o estado de alienação, que aparece no pensamento marxista. Essa forma de alienação e esse consumismo desenfreado são conseqüências do modo capitalista, que causa dar um caráter fetichista a mercadoria, no qual os indivíduos não conseguem entender o rela valor da mercadoria. Ainda segundo o pensamento marxista, para que exista uma extinção dessa alienação, nas suas mais diferentes formas, precisa-se de uma sociedade onde o conflito entre o homem e natureza e entre homem e homem se resolva. E essa seria a sociedade comunista.

O comunismo é uma ideologia que visa uma sociedade igualitária, sem essas desigualdades sociais tão presentes no mundo atual. Essa reflexão sobre a sociedade comunista é orienta por princípios como a liberdade e a não-alienação. Para Marx a divisão do trabalho deveria passar a obedecer aos interesses de toda a sociedade, levando-nos assim a consciência coletiva que está presente no pensamento d e Durkheim. De certa maneira a sociedade comunista é contra a especialização do trabalho, e ela seria resultado de uma reconstrução consciente da sociedade humana, dando início assim a uma nova vida social em que todos vivessem de maneira igualitária.

E pra concluir todo esse longo comentário, vou deixar uma música do Chico Pessoa para a nossa reflexão:

Final dos Tempos

Chico Pessoa

Onde meu amigo que a gente vai parar.
Até parece que vai se acabar o mundo.
A luta dos sem terra, querendo o seu chão.
A protituição de crianças pelas ruas.
A guerra pelo mundo que eu há lhe perguntar
Onde é que esse mundo vai parar.
Quando meu amigo que a gente vai crescer?
E evitar de vez os erros do passado.
Viver uma nação, num mundo sem fronteiras.
Falando a mesma lingua, tendo a mesma bandeira.
Quando meu amigo que a gente vai se envergonhar.
Onde é que é que esse mundo vai parar?
Diga meu amigo onde fica o paraiso.
Que tudo é belo, lindo e maravilhoso.
Que o povo é feliz, bonito, alimentado.
Que os velhos vivem bem, todo mundo perfumado.
Que lá não tem inchente, seca para atrapalhar.
Onde é que é que esse mundo vai parar?
Se tudo depende de nós, você não vai ficar aí parado.
Nossa arma é o amor, é a nossa voz
Pra fazer um mundo novo esquecendo o passado.
Se tudo depende de nós, eu não consigo dormir sossegado.
Se tem gente com fome, com frio, sem nada.
Tem outros com muito, com tanto pra nada.

Ajuda teu irmão nem que seja com pouco.
pois o pouco com Deus é muito e o muito sem Deus é nada

2 comentários:

  1. Ao mesmo tempo que a mídia apresenta casos ficcionais de homossexualismo e homofobia afim de conscientizar as pessoas ela também usa o homossexualismo como modo de entretenimento, diversão, piada, em programas como o "Zorra Total", isso acaba sendo contraditório, afinal se existe o interesse de acabar ou pelo menos diminuir o preconceito não deveria usar o homossexualismo como objeto de piada para os "normais" se distrairem!
    Eu acho que isso acaba influenciando ainda mais o público e principalmente as crianças que aceitam aquilo como algo normal e provavelmente vão praticar a homofobia.

    ResponderExcluir
  2. Concordo contigo. Em muitos casos a mídia parece que influencia a sociedade ser contra a homossexualidade. Mas na minha opinião, acho que a mídia teria um papel importante na conscientização da população. Para isso, só basta quem controlar esses meios comunicacionais querer fazer isso.

    ResponderExcluir